Definição de Belo:
Definição de belo é isto.
terça-feira, 20 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
Pare Escute e Olhe
Este Sábado, pela primeira vez confesso, fui ver um documentário. Estava curioso em visionar o mais recente trabalho do realizador Jorge Pelicano, Pare Escute e Olhe. A sua entrevista com Carlos Vaz Marques na passada 4º feira na TSF, aguçou-me ainda mais o apetite.
Compro o bilhete no Amoreiras, onde a menina da bilheteira me relembra que “olhe que é um documentário” ao qual acenei com um simpático mas triste “eu sei”. A sala é aquilo a que o Amoreiras chama de VIP. E de facto o era: Lugares que mais parecem sofás, com lotação para apenas 60 pessoas que chegam e sobejam (infelizmente) para visionar este excelente documentário. Devo dizer que não me arrependi de um único cêntimo. Nem eu nem provavelmente as poucas mais de 20 pessoas que o assistiram.
Depois de “Ainda há pastores” Jorge Pelicano volta a surpreender com mais um trabalho que reflecte a vida e as gentes do interior do pais, mais concretamente, o encerramento progressivo da Linha ferroviária do Tua.
Não existe narrador, apenas esporadicamente frases escritas no ecrã negro. Mas toda a estória está bem escalonada. Apercebemo-nos da forma de viver daquelas pessoas, das suas necessidades e da forma com os políticos assobiam para o lado, em favor da ganância, dos lobbies e do poder das grandes empresas.
É um documentário de intervenção e tendencioso é certo. Não há lugar ao contraditório, mas como diz Jorge Pelicano, “eles” tem todos os dias os média que lhes dão direito de antena, ao contrário dos “outros”, os idosos, os que menos tem, os que estão sujeitos às decisões do governo Central, longe das realidades e das suas necessidades. Mas aquilo que as pessoas provavelmente ainda não se aperceberam, é que não são só aquelas gentes que ficam a perder. É um pais inteiro que fica mais pobre em detrimento de mais uma barragem.
PARE para comprar um bilhete, ESCUTE as pessoas daquelas terras, aquilo que tem para dizer, E OLHEM para a magnífica fotografia e montagem de Jorge Pelicano, para uma terra lindíssima de cortar a respiração, e para a vida dura e difícil daquelas gentes.
O documentário de Jorge Pelicano ganhou o principal troféu do CINEECO, o Grande Prémio do Ambiente, atribuído pelo Júri Internacional, o Grande Prémio da Lusofonia e o Prémio Especial da Juventude, arrecadando assim três Campânulas de Ouro, o troféu deste festival.
Melhor Documentário DocLisboa para longa metragem.
19/20
Naruto
Compro o bilhete no Amoreiras, onde a menina da bilheteira me relembra que “olhe que é um documentário” ao qual acenei com um simpático mas triste “eu sei”. A sala é aquilo a que o Amoreiras chama de VIP. E de facto o era: Lugares que mais parecem sofás, com lotação para apenas 60 pessoas que chegam e sobejam (infelizmente) para visionar este excelente documentário. Devo dizer que não me arrependi de um único cêntimo. Nem eu nem provavelmente as poucas mais de 20 pessoas que o assistiram.
Depois de “Ainda há pastores” Jorge Pelicano volta a surpreender com mais um trabalho que reflecte a vida e as gentes do interior do pais, mais concretamente, o encerramento progressivo da Linha ferroviária do Tua.
Não existe narrador, apenas esporadicamente frases escritas no ecrã negro. Mas toda a estória está bem escalonada. Apercebemo-nos da forma de viver daquelas pessoas, das suas necessidades e da forma com os políticos assobiam para o lado, em favor da ganância, dos lobbies e do poder das grandes empresas.
É um documentário de intervenção e tendencioso é certo. Não há lugar ao contraditório, mas como diz Jorge Pelicano, “eles” tem todos os dias os média que lhes dão direito de antena, ao contrário dos “outros”, os idosos, os que menos tem, os que estão sujeitos às decisões do governo Central, longe das realidades e das suas necessidades. Mas aquilo que as pessoas provavelmente ainda não se aperceberam, é que não são só aquelas gentes que ficam a perder. É um pais inteiro que fica mais pobre em detrimento de mais uma barragem.
PARE para comprar um bilhete, ESCUTE as pessoas daquelas terras, aquilo que tem para dizer, E OLHEM para a magnífica fotografia e montagem de Jorge Pelicano, para uma terra lindíssima de cortar a respiração, e para a vida dura e difícil daquelas gentes.
O documentário de Jorge Pelicano ganhou o principal troféu do CINEECO, o Grande Prémio do Ambiente, atribuído pelo Júri Internacional, o Grande Prémio da Lusofonia e o Prémio Especial da Juventude, arrecadando assim três Campânulas de Ouro, o troféu deste festival.
Melhor Documentário DocLisboa para longa metragem.
19/20
Naruto
quinta-feira, 8 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Tokio Hotel

Será este o caminho?
Por vezes sinto-me velho. A sério. Ou melhor, sinto-me desactualizado, fora de moda. São noticias como a do concerto dos Tókio Hotel e o acampamento de meninos junto ao pavilhão Atlântico que me deixam assim.
De facto, acho que já posso dizer umas berlaitas sobre o assunto; não só porque já tive 13,14,15 anos, como também já tenho prol que, apesar de ainda não terem essa idade, para lá caminham a passos largos.
Como qualquer menino quando entrei na pré-adolescencia, comecei a idolatrar as bandas da altura (Duran Duran, Dire Straits, Génesis, U2 etc.) estaria longe de pedir aos meus pais a possibilidade de assistir a uma destas bandas, não só porque “não tinha idade para essas coisas” situação banal naqueles tempos, como os preços dos bilhetes eram algo inatingível para a bolsa dos meus pais.
Cerca de vinte anos passados, e os meninos já não são meninos. Passaram a ter um outro nome; agora chamam-se ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis”. Tem telemóveis para falar com os pais “responsáveis” , tem dinheiro porque os pais “responsáveis” lhes deram e não querem que eles passem necessidades, tem portáteis para que os pais “responsáveis” lhes possam enviar emails, e, claro está, as tendas, porque os pais “responsáveis” não querem que os ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis” passem frio na rua. No fundo...tem tudo: Telemóveis, Game-boy, PS3, IPOD, Portáteis, mas será que lhes falta alguma coisa?
Será este o caminho para uma educação séria? Será que, temos que ser os génios do Aladino, não com 3 desejos mas com milhares de desejos para distribuir e saciar toda esta geração?
Penso que não. Eu ainda sou do tempo em que almoçava e jantava com toda a família na mesa e só me levantava quando o meu pai dizia. Eu ainda sou do tempo em que via televisão junto do meu pai e da minha mãe, ou então, falávamos sobre o que correram bem ou mal no dia. Eu ainda sou do tempo em que para ter um par de ténis da ADIDAS, STAN SMITH tive que poupar 3 meses de mesada e ir trabalhar todos os Sábados de manha para a furtaria do bairro. Eu ainda sou do tempo em a primeira vez que fui a uma discoteca foi aos 16 anos e foi a uma matiné na Amadora. Eu ainda sou do tempo em que PAI E MAE eram realmente PAI E MAE e não amigos mais velhos a quem se trata por “você” como se fosse alguém muito, muito distante.
Se isso me condicionou a vida? Não, Agradeço todos os “nãos” que recebi. Se o futuro passa pelo abandono dos ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis”, enquanto os pais aproveitam para dar umas quecas livremente pela casa, então eu quero andar desactualizado. Se o futuro passa pelos ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis” apanharem todos os Sábados a bela da coma alcoólica, caídos, num passeio em Santos ou no Bairro Alto, então eu quero andar desactualizado. Se o futuro passa por ter ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis” a dormir em tendas em plena cidade de Lisboa como se fossem mendigos, então eu quero andar desactualizado.
Por certo estarão a pensar que os meus rebentos quando chegarem à fase do ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis”, irão fazer o mesmo ou pior. Talvez. Mas tudo farei para que eles entendam que eles não são ”quase-adolescentes-adultos-e-responsáveis” mas sim...meninos.
Naruto
segunda-feira, 29 de março de 2010
Joana Vasconcelos




Joana Vasconcelos, nascida a 8 Novembro de 1971, é uma das mais proeminentes artistas plásticas Portuguesas. Com obras já leiloadas em algumas das principais casas de leilões, onde destaco a Cristie´s, com o seu "Coração Independente Dourado" arrematado por 192 mil euros, e mais recentemente, o par de sapatos gigantes, vendido por 573,964 mil euros.
Ambas as Peças encontram-se em exposição no museu Berardo desde o passado dia 1 de Março.
Destaco o "Coração Independente", desta feita com a reunião inédita dos três corações(vermelho, dourado e negro, construídos com talheres de plástico), mas que infelizmente não tive oportunidade de fotografar por falta de bateria (pode???)
Sendo eu um leigo em arte contemporânea, apenas vos posso dizer que gostei imenso.
Imaginação, esforço e trabalho, muito trabalho, deram a origem a peças de uma beleza fascinante.
Recomendo vivamente.
Naruto
segunda-feira, 22 de março de 2010
Mae Negra
Passou pouco mais de mes sobre o desastre na Madeira e muitas foram as acções de solidariedade que ocorreram ao longo do Pais.
A SIC efectuou no Coliseu dos Recreios a Operação "Uma Flor para a Madeira" e muitos foram aqueles que se juntaram à festa.
Desse espectáculo, realço a actuação de Paulo De Carvalho e Mafalda Sachetti, sua filha.
Uma irrepreensível interpretação, em Português,já rara de assistir na televisão Portuguesa.
Tivesse Paulo De Carvalho nascido em França, Brasil ou Estados-Unidos, e talvez, só talvez, fosse hoje tão conhecido como Charles Aznavour, Caetano Veloso ou Tony Bennett .
A SIC efectuou no Coliseu dos Recreios a Operação "Uma Flor para a Madeira" e muitos foram aqueles que se juntaram à festa.
Desse espectáculo, realço a actuação de Paulo De Carvalho e Mafalda Sachetti, sua filha.
Uma irrepreensível interpretação, em Português,já rara de assistir na televisão Portuguesa.
Tivesse Paulo De Carvalho nascido em França, Brasil ou Estados-Unidos, e talvez, só talvez, fosse hoje tão conhecido como Charles Aznavour, Caetano Veloso ou Tony Bennett .
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
HAITI
"Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui"
naruto
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui"
naruto
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
One for my baby - Frank Sinatra
Sem ordem de grandeza este e outro dos 3 grandes mestres do Sec.XX.
Em "One for my baby" pode-se verificar que a orquestra raramente apareçe, apenas o piano marca presença. E é nestes momentos, sem danças, sem bailarinas, sem arranjos cénicos de especie alguma, que se separa o "trigo do Joio".
Brilhante!
"Só se vive uma vez e, do jeito que eu vivo, uma vez é suficiente"
Frank Sinatra
Naruto.
Em "One for my baby" pode-se verificar que a orquestra raramente apareçe, apenas o piano marca presença. E é nestes momentos, sem danças, sem bailarinas, sem arranjos cénicos de especie alguma, que se separa o "trigo do Joio".
Brilhante!
"Só se vive uma vez e, do jeito que eu vivo, uma vez é suficiente"
Frank Sinatra
Naruto.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Jeff Buckley Lilac Wine
Já não é a primeira vez que falo aqui de Jeff Buckley mas o que eide fazer
Srs e Sras...um dos meus 3 mestres, aqui com uma versão de Nina Simone de "Lilac Wine".
Naruto
Srs e Sras...um dos meus 3 mestres, aqui com uma versão de Nina Simone de "Lilac Wine".
Naruto
sábado, 9 de janeiro de 2010
E então...?
A questão sobre se discutir o casamento homossexual significa ou não perder tempo tem, de facto, uma base lógica.
Com efeito, um dos pilares do direito ou, se quisermos, do conjunto de enunciados que pretendem regular a vida em sociedade (sejam ou não de cariz legal), é precisamente o de defender terceiros dás (más) acções de outrém, precavendo que o desejo de alguém não interfira com a vontade involuntária do “outro”.
Ora o casamento entre pessoas do mesmo sexo apenas tem influencia directa para...as duas pessoas envolvidas.
Nessa medida, atendendo a que se trata de uma matéria que apenas aos dois envolvidos diz respeito, estando na presença de adultos que manifestam uma vontade livre de ónus (não vale a piada fácil com a troca do “o” pelo “a”), por não colocar em causa qualquer direito de terceiros, custa efectivamente a entender a razão de tanto tempo perdido à volta do assunto.
Claro que poderemos sempre dizer que à luz dos costumes, da moral (judaico-cristã ou qualquer outra), da história (neste caso do Ocidente, apesar da homossexualidade ser algo normal entre os homens da Grécia antiga, sobretudo na vertente pedófila), do conceito de família, etc., pode tratar-se de uma questão discutível.
Já mais difícil de questionar, a meu ver, é o facto do casamento entre pessoas do mesmo sexo ser “um atentado à instituição família”, como muitos dizem, ou que “coloca em causa a estrutura social que conhecemos”, entre outros dramas mais ou menos alarmistas. Se não vejamos (novamente aplicando apenas a lógica, independentemente daquilo que cada um defende):
> O casamento homossexual, no limite, acrescenta famílias, não as diminui.
> Um homossexual, se se mantiver a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, não vai deixar de o ser, pelo que a legalização não estará a “roubar” ou a “desviar” potenciais noivos heterossexuais ao casamento entre pessoas de sexo diferente ...
> Também não parece plausível que por se tornar legal, os que não são já homossexuais resolvam casar com pessoas do mesmo sexo só porque passa a ser possível fazê-lo...
> Não nos podemos esquecer que a condição de homossexual não se legisla pelo que a sua regulamentação não altera, para os terceiros (por muito que alguns destes desejassem acabar com aquela “raça”), nada do que já existe.
> Quem é homossexual continuará a sê-lo, quem partilha a vida com um companheiro/a do mesmo sexo continuará a partilhá-la até eventualmente decidir pelo contrário, tal como acontece no casamento heterossexual, através da figura jurídica do divórcio, com a única diferença que não poderá fazer valer os mesmos direitos que já estão consagrados para os heterossexuais.
> Mais, a sua regulamentação não retira qualquer direito nem acrescenta qualquer dever, ao casamento tal como ele hoje existe, nem condiciona de forma alguma qualquer um dos 90.000 signatários que pediram o referendo.
Visto assim, torna-se difícil perceber o que é que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo poderá pretender salvaguardar (lembram-se do primeiro parágrafo ?). Salvaguardar o quê ? De quem ? Com que propósito ? É complicado encontra resposta para estas questões, não é ?
E a questão da adopção não é argumento porque já hoje é permitido a um homossexual adoptar, se for solteiro (e nunca ninguém veio opor-se...)
Enfim...
RogerLPig
Com efeito, um dos pilares do direito ou, se quisermos, do conjunto de enunciados que pretendem regular a vida em sociedade (sejam ou não de cariz legal), é precisamente o de defender terceiros dás (más) acções de outrém, precavendo que o desejo de alguém não interfira com a vontade involuntária do “outro”.
Ora o casamento entre pessoas do mesmo sexo apenas tem influencia directa para...as duas pessoas envolvidas.
Nessa medida, atendendo a que se trata de uma matéria que apenas aos dois envolvidos diz respeito, estando na presença de adultos que manifestam uma vontade livre de ónus (não vale a piada fácil com a troca do “o” pelo “a”), por não colocar em causa qualquer direito de terceiros, custa efectivamente a entender a razão de tanto tempo perdido à volta do assunto.
Claro que poderemos sempre dizer que à luz dos costumes, da moral (judaico-cristã ou qualquer outra), da história (neste caso do Ocidente, apesar da homossexualidade ser algo normal entre os homens da Grécia antiga, sobretudo na vertente pedófila), do conceito de família, etc., pode tratar-se de uma questão discutível.
Já mais difícil de questionar, a meu ver, é o facto do casamento entre pessoas do mesmo sexo ser “um atentado à instituição família”, como muitos dizem, ou que “coloca em causa a estrutura social que conhecemos”, entre outros dramas mais ou menos alarmistas. Se não vejamos (novamente aplicando apenas a lógica, independentemente daquilo que cada um defende):
> O casamento homossexual, no limite, acrescenta famílias, não as diminui.
> Um homossexual, se se mantiver a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, não vai deixar de o ser, pelo que a legalização não estará a “roubar” ou a “desviar” potenciais noivos heterossexuais ao casamento entre pessoas de sexo diferente ...
> Também não parece plausível que por se tornar legal, os que não são já homossexuais resolvam casar com pessoas do mesmo sexo só porque passa a ser possível fazê-lo...
> Não nos podemos esquecer que a condição de homossexual não se legisla pelo que a sua regulamentação não altera, para os terceiros (por muito que alguns destes desejassem acabar com aquela “raça”), nada do que já existe.
> Quem é homossexual continuará a sê-lo, quem partilha a vida com um companheiro/a do mesmo sexo continuará a partilhá-la até eventualmente decidir pelo contrário, tal como acontece no casamento heterossexual, através da figura jurídica do divórcio, com a única diferença que não poderá fazer valer os mesmos direitos que já estão consagrados para os heterossexuais.
> Mais, a sua regulamentação não retira qualquer direito nem acrescenta qualquer dever, ao casamento tal como ele hoje existe, nem condiciona de forma alguma qualquer um dos 90.000 signatários que pediram o referendo.
Visto assim, torna-se difícil perceber o que é que a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo poderá pretender salvaguardar (lembram-se do primeiro parágrafo ?). Salvaguardar o quê ? De quem ? Com que propósito ? É complicado encontra resposta para estas questões, não é ?
E a questão da adopção não é argumento porque já hoje é permitido a um homossexual adoptar, se for solteiro (e nunca ninguém veio opor-se...)
Enfim...
RogerLPig
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Chet Baker
Estas coisa do casamento até entre a comunidade mangueirista levantou celeuma. E já levei com o chá. Não faz mal. Eu gosto é de vêr o circo pegar fogo. Gosto!
Mas passemos ao que interessa. Chet Baker...para ouvir bem acompanhado - E até pode ser alguém do mesmo sexo !!!-
Naruto
Mas passemos ao que interessa. Chet Baker...para ouvir bem acompanhado - E até pode ser alguém do mesmo sexo !!!-
Naruto
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Casamento - Parte II
Caro Naruto,
Desculpa mas discordo em completo da tua opinião que considero retrograda, ultrapassada e reaccionária.
Começando pelo facto de que a visão clássica do casamento que perdura na mente dos cidadãos ocidentais ainda é a imposta por uma linha de pensamento judaico-cristã com uma postura rígida e imutável relativa a assuntos sérios e que nos afectam a todos (sobretudo os que não se revêem em qualquer religião) enquanto sociedade.
Como nota deixo aqui o significado de casamento (Casa + -mento):
1. Acto!Ato ou efeito de casar.
2. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais. = matrimónio
3. Cerimónia ou ritual que efectiva!efetiva esse contrato ou união. = boda
4. Fig. União, associação, vínculo.
Como vês, em nada indica que tem de ser obrigatoriamente entre pessoas do mesmo sexo.
Relembro também que a constituição portuguesa no seu Artigo 13.º "Princípio da igualdade" refere no seu ponto 2 que "Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."
Estranho não é ?! que mesmo com tudo misto ainda queiramos limitar o direito à igualdade de tratamento baseando as nossas justificações em conceitos religiosos quando o acto de casar é na sua essência um acto puramente civil, um contrato celebrado entre duas pessoas em que nenhuma figura mitológica deve interferir. Caso isso aconteça não poderemos criticar os Fundamentalistas Islâmicos pois, salvaguardando as devidas diferenças, estamos a ter comportamentos um tanto ou quanto similares.
Sim, concordo que existem assuntos mais sérios para discutir. Mas felizmente somos aquilo a que se chama Homo-sapiens-sapiens e por esse facto conseguimos enquanto indivíduos abordar, discutir e aplicar vários tipos de assuntos com um variado patamar de importância em simultâneo.
Tanta porcaria bem menos importante que se discute e que é noticia de abertura de telejornal e capa de revista durante semanas, e não vejo este argumento ser usado, porque será ? Pensa bem e explora o teu subconsciente para ver se encontras a resposta. Poderá ser que um dia chegues lá.
Está na hora de fazermos uma sociedade humana e virada para o salvaguada dos interesses e da felicidade dessa mesma humanidade.
O homem da maratona
Desculpa mas discordo em completo da tua opinião que considero retrograda, ultrapassada e reaccionária.
Começando pelo facto de que a visão clássica do casamento que perdura na mente dos cidadãos ocidentais ainda é a imposta por uma linha de pensamento judaico-cristã com uma postura rígida e imutável relativa a assuntos sérios e que nos afectam a todos (sobretudo os que não se revêem em qualquer religião) enquanto sociedade.
Como nota deixo aqui o significado de casamento (Casa + -mento):
1. Acto!Ato ou efeito de casar.
2. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais. = matrimónio
3. Cerimónia ou ritual que efectiva!efetiva esse contrato ou união. = boda
4. Fig. União, associação, vínculo.
Como vês, em nada indica que tem de ser obrigatoriamente entre pessoas do mesmo sexo.
Relembro também que a constituição portuguesa no seu Artigo 13.º "Princípio da igualdade" refere no seu ponto 2 que "Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."
Estranho não é ?! que mesmo com tudo misto ainda queiramos limitar o direito à igualdade de tratamento baseando as nossas justificações em conceitos religiosos quando o acto de casar é na sua essência um acto puramente civil, um contrato celebrado entre duas pessoas em que nenhuma figura mitológica deve interferir. Caso isso aconteça não poderemos criticar os Fundamentalistas Islâmicos pois, salvaguardando as devidas diferenças, estamos a ter comportamentos um tanto ou quanto similares.
Sim, concordo que existem assuntos mais sérios para discutir. Mas felizmente somos aquilo a que se chama Homo-sapiens-sapiens e por esse facto conseguimos enquanto indivíduos abordar, discutir e aplicar vários tipos de assuntos com um variado patamar de importância em simultâneo.
Tanta porcaria bem menos importante que se discute e que é noticia de abertura de telejornal e capa de revista durante semanas, e não vejo este argumento ser usado, porque será ? Pensa bem e explora o teu subconsciente para ver se encontras a resposta. Poderá ser que um dia chegues lá.
Está na hora de fazermos uma sociedade humana e virada para o salvaguada dos interesses e da felicidade dessa mesma humanidade.
O homem da maratona
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Casamento
Antes demais um bom Ano para todos aqueles que perdem 60 segundos do seu precioso tempo neste Blog.
Neste início de ano, muito se tem falado no casamento entre o pessoas do mesmo sexo. Aliás, perde-se tanto tempo a discutir este tema como os resultados do Benfica. E isto é grave; é grave porque há problemas bem mais sérios para tratar e discutir do que propriamente este, não querendo com isto, retirar a devida importância ao mesmo.
E aqui vou eu tentar esmiuçar -e perder também eu- algum tempo com o tema.
Procurei saber concretamente de onde provêm a palavra casamento, e, então descobri a palavra “casamentu“ do Latim medieval: Ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil.
Temos então, já desde os tempos da "Maria Cachucha" que a união de duas pessoas de sexo diferente tem o nome de casamento, definição essa que ainda perdura no nosso actual código Civil.
Então porque alterar o significado da palavra? É certo que também vi definições que apenas se limitavam a dizer que se tratava de a "união de 2 pessoas" não especificando o sexo, mas se recorrermos às origens da palavra, ai a coisa muda de figura.
Fazendo uma analogia, imaginem a palavra "branco" e todos nós sabemos o que é "branco". Já "cinzento" não chamamos de "branco mais escuro, ou branco sujo" Não. Chamamos de "cinzento". Ou seja, criamos um nome para algo que, apesar de ser quase a mesma coisa, não o é!
Não quero com isto, estar a dizer que estou contra a união das pessoas do mesmo sexo. Não nada disso. Apenas acho que não deveremos meter tudo no mesmo saco.
Naruto
Neste início de ano, muito se tem falado no casamento entre o pessoas do mesmo sexo. Aliás, perde-se tanto tempo a discutir este tema como os resultados do Benfica. E isto é grave; é grave porque há problemas bem mais sérios para tratar e discutir do que propriamente este, não querendo com isto, retirar a devida importância ao mesmo.
E aqui vou eu tentar esmiuçar -e perder também eu- algum tempo com o tema.
Procurei saber concretamente de onde provêm a palavra casamento, e, então descobri a palavra “casamentu“ do Latim medieval: Ato solene de união entre duas pessoas de sexo diferente, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil.
Temos então, já desde os tempos da "Maria Cachucha" que a união de duas pessoas de sexo diferente tem o nome de casamento, definição essa que ainda perdura no nosso actual código Civil.
Então porque alterar o significado da palavra? É certo que também vi definições que apenas se limitavam a dizer que se tratava de a "união de 2 pessoas" não especificando o sexo, mas se recorrermos às origens da palavra, ai a coisa muda de figura.
Fazendo uma analogia, imaginem a palavra "branco" e todos nós sabemos o que é "branco". Já "cinzento" não chamamos de "branco mais escuro, ou branco sujo" Não. Chamamos de "cinzento". Ou seja, criamos um nome para algo que, apesar de ser quase a mesma coisa, não o é!
Não quero com isto, estar a dizer que estou contra a união das pessoas do mesmo sexo. Não nada disso. Apenas acho que não deveremos meter tudo no mesmo saco.
Naruto
domingo, 22 de novembro de 2009
Ataque Maçico
Ataque Maciço.
Dia 21 de Novembro será um dia para se reescrever a nova vida do Campo Pequeno. Os Massive Attack deram um concerto para mais tarde recordar.
As hostilidades começaram com Martina Topley-Bird que deu uma excelente primeira parte. Mais tarde, voltou ao “main event” a dar a voz a alguns dos grandes êxitos dos Massive Attack.
Um espectáculo cénico de grande qualidade, onde passaram imensas mensagens politicas, criticas sociais e futebolísticas.
Concerto com dois encores que julgo já deviam estar previstos, mas justíssimos face ao excelente concerto.
«Safe from Harm» , «Unfinished Symphaty», «Angel», e claro está, a cereja em cima do bolo, «Karmacoma » foram algumas das grandes malhas que desfilaram no Campo Pequeno, que encheu para um grande, grande concerto.
Apenas um pequeno senão…a acústica deixou muito a desejar. As vozes mal se ouviam e muitas das vezes o som demasiado alto, prejudicou de alguma forma a qualidade deste grande grupo.
Naruto
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
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